sábado, 3 de janeiro de 2009

Homens verdes e mulheres maduras



De repente, surgiu uma epidemia de rapazes novinhos interessados em mulheres maduras, geralmente, com idade para serem suas mães. Já estou chegando à faixa dos 50 anos, (reconheço que muito bem conservados), mas 99% das cantadas chegam de rapazes, no mínimo, 20 anos mais novos do que eu. E nunca recebi tantas como nos últimos tempos!

Quando lhes indago sobre a razão para tal preferência, as respostas são sempre as mesmas:
“mulher dessa idade sabe o que quer” ou
“mulher dessa idade não têm frescura na cama” ou
“mulher dessa idade tem mais assuntos” ou
“não sei o porquê, mas mulher dessa idade me atrai ... “ (esta é a preferida).

Certa vez, resolvi quebrar regras auto impostas e experimentei sair com um jovem, 23 anos mais novo que eu, bem no estilo “aventura” (não queria morrer sem fazer algumas coisas “erradas”, para variar um pouco). Primeiro encontro, na praça de alimentação de um shopping. Enquanto tomei um suco, ficou olhando (já havia jantado...). Segundo encontro, um restaurante.

Combinamos de cada um pagar sua parte e ele comeu apenas uma salada. Terceiro encontro, convidou-me para um motel. Confesso que estranhei, mas estava também a fim e topei. Quando estávamos entrando, confessou-me estar sem dinheiro e perguntou-me se dessa vez eu poderia pagar. Senti vontade de matar o desgraçado, mas confesso que já estava um tanto preparada para isso, afinal, era o que eu podia esperar de um fedelho e estava muito a fim de conferir se ele era tão bom de cama quanto dizia. Puta merda, que decepção! Pobre e ruim de cama! (Não chegava nem aos pés do meu último quarentão...) Claro, acabou por aí.

Numa segunda oportunidade, para confirmar se minha teoria estava correta e cuidando muito para não comprometer qualquer centavo meu, resolvi sair novamente com um lindão de 35 anos, que dizia se interessar somente por mulheres bem mais velhas. No primeiro encontro levou-me a uma lanchonete, mas somente para conversar. Somente mesmo, pois não pediu nenhuma cerveja. Perguntei-lhe se não ia beber algo, mas respondeu que não, que não bebia e que também estava sem dinheiro. Tive vontade de perguntar por que havia me convidado, mas deixei para lá. Apenas respondi: “Ora, podíamos ter ficado conversando lá no banco do shopping, estava tão bom (rs) ...”. Disse-lhe, é óbvio, que também estava com pouco dinheiro e pedi um suco para mim. Enquanto isso, começou a me contar seus problemas, inclusive que estava desempregado e que era arrimo de família. (Ah...mas ele era tão lindo!). Alguns dias depois, convidou-me para ir a um motel, mas eu lhe respondi que odiava motéis e que somente teríamos um contato mais íntimo no dia em que tivéssemos um outro lugar disponível. Sugeriu minha casa, mas menti dizendo que morava com a família e que não precisávamos ter pressa. Passados mais alguns dias, ligou-me dizendo estar perdidamente apaixonado. Fiquei esperando o bote, que veio logo em seguida: precisava de um empréstimo até arrumar emprego e eu lhe respondi em voz chorosa, que também estava passando por uma situação muito difícil e, inclusive, só não havia lhe pedido socorro porque sabia que estava desempregado. Senti, porém, que ele não ia desistir, afinal já reparara nas minhas roupas, no meu carro, sabia o bairro em que eu morava, etc.. Dito e feito, mas, no próximo convite, despistei-o e encerrei o caso. Sinceramente, não tenho saco para isso!

Por mais três vezes, num espaço de dois anos repeti a dose com rapazes diferentes, apenas para confirmar minha tese, afinal, essas análises também fazem parte de minha profissão. Todos se mostrando super interessados na minha pessoa e me tratando como a uma rainha. Um deles chegou a inventar uma filha, uma doença grave e uma conta alta de hospital a pagar, mas não vou contar tudo aqui para não ser cansativa.

Tenho uma amiga que namora um mancebo, 25 anos mais novo. Garante que ele nunca lhe pediu dinheiro, mas sabemos que janta em sua casa todos os dias e, nos fins de semana, almoça também. Detalhe: nunca colaborou nem com um ovo ou uma batata. E reclama se não tiver cerveja!

Não adianta, a verdade é que o que os fedelhos vêem de mais atraente nas mulheres mais velhas é a independência financeira. Um dia, mais cedo ou mais tarde, eles tentam dar o bote. Cansamos de assistir semelhantes “casos” com as mulheres de vida pública.

O problema não seria ter que sustentá-los, pois isso, nos dias de hoje, até chega a ser normal,mas eles se esquecem que as mulheres de nossa idade estão acostumadas com homens da nossa idade; homens que preferem “cuidar” ao invés de serem cuidados. Homens que têm um encanto que só o tempo consegue lhes proporcionar. (e continuam sendo muito bons de cama, quando se cuidam).

Os mais novos ofendem nossa sabedoria quando acreditam que sua virilidade é o que mais pode interessar a uma mulher e que elas não têm muita opção por aí. Acreditam que por uma boa trepada, podemos esquecer nossa dignidade. Esquecem-se que valorizamos muito mais o que tem na cabeça de cima do que na de baixo. Bem que poderiam dar um bom trato na mente, antes de valorizarem tanto o pau, para então se apresentarem a uma mulher experiente. É óbvio que toda regra tem exceção, mas, as exceções neste caso, são muito raras. Se você se encaixa em alguma, só posso me curvar e lhe dar os parabéns.

Prefiro ficar com minha teoria inicial. Dividir despesas? Nada demais nos dias de hoje, haja vista que muitas mulheres estão começando a se sobressair mais do que os homens, social e profissionalmente. Mas... ser mamãe deles??? Tenham paciência!!! Nem fodendo!!!


Bia